Quando nos sentimos assoberbados pela vida contemporânea das sociedades híper-produtivas. Quando nos sentimos perdidos e distantes das nossas origens. Quando temos desejo de paz, serenidade e reconciliação connosco mesmos e com o mundo.
A Natureza também chama por nós para nos pedir socorro, para nos pedir contas, para nos confrontar com as consequências das nossas acções enquanto sociedades.
Não podemos continuar de costas voltadas para ela.
Mas também a Arte chama por nós.
O reconhecimento do valor da cultura, o desejo da fruição estética, do crescimento enquanto indivíduos pensantes, críticos, conscientes. A literatura, em particular — esse hábito, cada vez mais raro, de pegar num livro e dedicar-lhe horas da nossa atenção, permitindo-lhe que nos invada, que nos atravesse, que nos faça nascer novos mundos dentro —, pode ser um dos caminhos para esse encontro com a arte e a fruição artística.
A vontade de questionar o papel do Teatro na comunidade onde se insere, de o pensar, sempre e cada vez mais, em sintonia com essa comunidade, é outro dos vectores da nossa acção.
Por isso, A Gaivota, encenação da peça em site-specific (em contextos rurais e naturais), com a participação de comunidades locais, faz todo o sentido.