O Meu Amor Virá de Comboio

De Cristóvão Cunha e Sónia Barbosa

O Projecto “O Meu Amor Virá de Comboio” trata-se da criação de um espectáculo teatral para público em geral (familiar e infanto-juvenil ) sobre o universo dos comboios. 

Será criado e apresentado em Viseu mas com a perspectiva de o vender para outras cidades e localidade portuguesas. Pretendemos incentivar e desenvolver a curiosidade pelos comboios e ao mesmo tempo explorar o universo do modelismo ferroviário. Investigar e divulgar a história do comboio em Portugal e no mundo e, especificamente, na relação com a cidade de Viseu, investigando e aproveitando as histórias de pessoas de Viseu ligadas à vivência do comboio. Por outro lado queremos ir mais além e investigar a relação entre o universo do comboio e a arte, relacionar a literatura de viagem com o elemento comboio. Iremos desenvolver o espectáculo a partir da construção de modelo de comboio, (com linha ferroviária, estações, povoações e paisagem circundante) em interacção com dois intérpretes, em grande proximidade com o público. Será criada uma dramaturgia para o espectáculo onde as várias ideias propostas (o comboio e Viseu, a arte e o comboio, a história e o comboio, a literatura e o comboio, o mundo do modelismo) se interliguem, dando relevo aos seguintes elementos: a poesia e a magia, a viagem como modo de ligação com o outro (distante, diferente, desconhecido), a sustentabilidade nos meios de transporte, a literatura como fonte de inspiração.

Ao investigarmos um pouco este universo dos comboios, rapidamente nos apercebemos da potencialidade do tema. O comboio está intimamente ligado à história das artes, da música e da literatura. Pintores como Monet, Hopper e Magritte inspiraram-se na mística do comboio para criar diversas obras de arte. Escritores como Júlio Verne, Agatha Christie, Lev Tolstói e Eça de Queirós, fizeram do comboio um dos elementos mais importantes em obras como “A volta ao Mundo em 80 dias”, “O crime no Expresso do Oriente”, “Anna Karenina” e “A cidade e as serras”. Músicos como Duke Ellington ou Zeca Afonso criaram temas especialmente dedicados ao comboio. Realizadores como Robert Zemeckis e os Irmãos Lumière, também o elegeram como protagonista nos seus filmes. Em Portugal temos dois exemplos recentes de obras cinematográficas à volta deste tema: “Pare, escute e olhe” de Jorge Pelicano, sobre o desmantelamento da Linha do Tua; e “Fuligem”, curta-metragem de animação de Vasco Sá e David Doutel, vencedora de vários prémios.